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HISTÓRIA DO ALGODÃO

Roteiro, Direção e Atuação no Curta Metragem "História do Algodão" (15min, HD, 2020)
 

Trabalho audiovisual concebido para o edital "Cultura feita em casa" ofertado pela Secretaria da Comunicação Social e da Cultura do Governo do Estado do Paraná. O roteiro, a direção de arte e fotografia foram desenvolvidos de forma coletiva, contando com a participação de Pedro Oliveira que também assinou a montagem e edição do vídeo. 

https://www.youtube.com/watch?v=_MKrA8lV0mQ

*aguardando disponibilidade na mídia virtual do Governo do Paraná.

SINOPSE: Em mais um dia caótico pandêmico, a menina acorda e sua mente desiquilibrada já não consegue mais saber se está saudável ou não. Sem se dar conta, acaba trocando o dia pela noite, e um dos seus mais recentes hábitos é despertar durante a madrugada. Enquanto aprecia um café, pequenos insights oníricos lhe vêm à mente. Até que começa a transcrever para o papel seu último sonho sonhado, entre as últimas recordações está um cenário desértico; a liberdade, a solidão e o silêncio. Diante da imensidão de areia, a jovem embarca em caminhadas introspectivas em companhia do seu espelho, por onde reflexos de um céu sem-fim são vistos. Mas, é através desse objeto, o espelho, que nuvens, ou melhor, algodões acabam se desfragmentando desse infinito para se tornar matéria em suas mãos. A partir daí, o sonho da garota começa a fazer parte de outro sonho. Imersa em suas recordações oníricas passa a regar e a plantar os algodões-nuvens em sua casa, talvez os cultivar represente apenas um delírio. Em seu caderno, continua escrevendo versos poéticos com os devaneios mentais que interpelam sua mente. Será que essa realidade inominável do universo utópico da jovem, seja uma alternativa para sua sobrevivência?

Still's do filme:

Trabalho bastante autoral, criativo e, sem dúvida, que exige reflexão. A proposta poética, sobre o peso e a leveza da existência, perpassadas pelas cenas do cotidiano, pelo isolamento, a solidão e o encontro consigo mesmo exigem um olhar mais aguçado para além da estética do vídeo. A história do algodão como uma metáfora, nos leva talvez ao entendimento de que sua leveza, perenidade, mesmo embora sendo algo concreto, se evanesce facilmente. Tudo se dilui com o tempo, e com este as coisas perdem seu sentido absoluto. Tudo que é muito sólido pode se desmanchar no ar. O isolamento, portanto, estar sozinho enfrentando este mundo, faz com que as coisas sejam desapossadas de seus sentidos absolutos "originais"; mas que, por outro lado, ganhem outros significados. Pois as estamos regando, justamente pra que esses apareçam. A partir dessa solidão, como se estivéssemos num deserto, desmembrados em muitos Eus, tudo começa a se transformar. Os objetos da casa já não servem seguramente aos mesmos propósitos. A televisão, os quadros... Toda nossa relação com eles está mudando, porque também mesmo o mundo está mudando conosco. O que nos resta portanto: nossos sonhos, a insistência da nossa própria poética, nossos "parcos" escritos, a crença nas pessoas transformadoras que admiramos. Trabalho criativo e consistente. Indicação correta de público.

Parecerista 4

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